Olhar e contato ocular: desenvolvimento típico e comparação na Síndrome de Down
BELINI, Aline Elise Gerbelli e FERNANDES, Fernanda Dreux Miranda. Olhar e contato ocular:desenvolvimento típico e comparação na Síndrome de Down. Rev. soc. bras. fonoaudiol.[online]. 2008, vol.13, n.1, pp. 52-59. ISSN 1982-0232.
“As questões referentes às relações entre o contato ocular e o período inicial do desenvolvimento da comunicação e da linguagem apenas recentemente vem recebendo a atenção de pesquisadores. O contato ocular é provavelmente um dos primeiros indícios de comunicação interpessoal no desenvolvimento humano.” (p.52)
“Dentre as alterações sensório-motoras de origem sindrômica, a Síndrome de Down é uma das mais estudadas, provavelmente dada sua alta incidência na população. Diversos aspectos do desenvolvimento da pessoa portadora de Síndrome de Down são amplamente estudados em diversas áreas da ciência, porém uma série de questões não está esgotada.” (p.52)
“O componente genético é fundamental em doenças oculares. Distúrbios como defeitos refracionais, estrabismos, glaucomas e grande parte dos problemas de retina, têm claro fundo genético.” (p.53)
“A trissomia do cromossomo 21 pode acarretar inclinação das fissuras palpebrais, epicanto (pregas de pele mais persistentes e proeminentes, que aparentam pseudo-estrabismo), catarata (opacificação do cristalino), ambliopia, nódulos de Bushfield (alterações multifocais de pigmentação na íris), estrabismo (especialmente convergente), nistagmo (especialmente o congênito), blefarite (infecção crônica com prurido na raiz dos cílios) e ceratocone agudo com hidropsia (aumento progressivo e irregular da córnea com rotura de sua camada profunda).” (p.53)
“Em famílias que recebem bebês portadores de síndromes, a interação mãe-criança pode sofrer interferência de fatores como: o impacto do diagnóstico, o delicado processo de aceitação da patologia, negação, raiva, culpa, desespero e frustração, choque, rejeição, podendo ocorrer dificuldades de aceitação da síndrome e de integração da criança portadora ao grupo familiar. Assim, é importante compreender amplamente o contexto familiar para compreender o desenvolvimento da criança com síndrome de Down.” (p.54)
“Crianças com síndrome de Down podem apresentar reações afetivas a eventos ambientais menos expressivas do que as crianças normais, o que pode provocar menores expectativas e, conseqüentemente, menor estimulação por parte das mães interlocutoras. Por outro lado, mães de crianças com síndrome de Down tendem a eliciar mais contato físico de ajuda do que as crianças típicas. Sorrisos, abraços, beijos, são comportamentos muito freqüentes nos dois grupos.” (p.54)
“Longitudinalmente, de zero a quatro meses, bebês em desenvolvimento típico apresentam evolução na freqüência de seu olhar para diferentes alvos, como: “objetos”, “a pesquisadora”, “o ambiente (de forma ativa e passiva)”, “o próprio corpo”, “o rosto da mãe” e “os olhos da mãe”, além da ocorrência “olhos fechados” (p.58)
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