sábado, 4 de junho de 2011

FICHAMENTO 6 QUESTÃO 3


Sexualidade da pessoa com síndrome de Down
CASTELAO, Talita Borges; SCHIAVO, Márcio Ruiz  e  JURBERG, Pedro. Sexualidade da pessoa com síndrome de Down. Rev. Saúde Pública [online]. 2003, vol.37, n.1, pp. 32-39. ISSN 0034-8910.
“Descoberta em 1866 por John Langdon Down, a síndrome de Down (SD) é a alteração genética mais comum entre humanos. Essa cromossomopatia provoca mais deficiência mental que qualquer outra doença.” (p.33)
“A pesquisa considerou as questões: 1) sexualidade das pessoas com SD: visão dos pais e profissionais; 2) sexualidade das pessoas com SD segundo elas mesmas; 3) percepção de pais, profissionais e pessoas com SD sobre a viabilidade do casamento e reprodução; 4) capacidade de pais e profissionais para tratar o tema: sexualidade das pessoas com SD; 5) necessidade de receber informações sobre o tema sexualidade.” (p.33)
“Entre os pais que responderam ao questionário, houve uma predominância de mulheres como informantes (82%). Em relação à idade, 77% da amostra tinham mais de 35 anos. Cerca de 68% tinha instrução igual ou superior ao ensino médio completo. Apenas 17% dos pais possuíam instrução inferior ao fundamental completo. Mais de 30% dos pais de pessoas com SD tinham um rendimento mensal de 16 ou mais salários-mínimos (SM). Do total, 38% tinha renda igual ou inferior a cinco SM e 26% estariam com renda situada entre 6 a 15 SM.” (p.34)
“Perguntou-se aos pais e profissionais qual a opinião deles a respeito da sexualidade da pessoa com SD. Tanto pais (58,13%) como profissionais (71,83%) afirmaram, considerarem a sexualidade da pessoa com SD semelhante a de outras pessoas. Para 10,84% dos pais e 0,86% dos profissionais a sexualidade da pessoa com SD é inexistente. Poucos (3,68% dos pais e 0,86% dos profissionais) consideraram que a sexualidade existe, porém deve ser reprimida.” (p.34)
“Lipp (1988) coloca que a freqüência da masturbação para o deficiente mental é vista como um reflexo da falta de atividades, sobretudo prazerosas, para ele realizar. Isto não significa, portanto que eles possuam necessidades sexuais exageradas, mas sim que são restritas outras fontes de prazer e alegria. Além disso, aqueles que são dependentes dificilmente chegarão a ter sexo, podendo a masturbação vir a ser a única forma de expressão sexual. De um modo geral, atitudes que eduquem para a sexualidade são raras.” (p.35)
“Quando perguntados sobre casamento para as pessoas com SD, 27,5% dos pais e 10,3% dos profissionais consideraram inviável; 31,2% dos pais e 42,5% dos profissionais concordam com o casamento em algumas situações; e 22,1% dos pais e 28,4% dos profissionais não fizeram nenhuma restrição.” (p.35)
“Sobre a viabilidade de filhos para a pessoa com SD, a maioria dos pais (46%) e de profissionais (33,0%) acha inviável, embora exista diferença estatística entre os grupos.” (p.36)
“Pais e profissionais que alegaram a baixa fertilidade masculina na SD como razão da não reprodução, provavelmente desconhecem os casos de paternidade descritos por Sheridam et al (1989) e Zühlke et al (1994). Aos pais que consideram a pessoa com SD incapaz de cuidar de um filho, certamente resta o temor de se tornarem os responsáveis pela nova criança que, segundo Moreira (1998), pode ser outra pessoa com SD.” (p.37)
“Perguntou-se aos pais e profissionais se eles gostariam de receber informações sobre questões de sexualidade. Os resultados mostram que cerca de 80% dos pais se manifestaram afirmativamente; os restantes ou se manifestaram negativamente ou se omitiram. No grupo de profissionais, 84,7% afirmaram que sim, 0,6% não desejam receber informações e 14,7% não responderam. Certamente existe a necessidade de um trabalho efetivo de educação sexual para pais e profissionais.” (p.38)
“Sexualidade independe de deficiência. Assim, a pessoa com síndrome de Down, tem direito a viver e experenciar sua sexualidade de modo gratificante, à semelhança dos indivíduos comuns. Isto somente será possível se as pressuposições pessoais forem abandonadas e o respeito pelo outro for suficiente a ponto de permitir que ele viva plenamente como um ser humano.” (p.38)

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